Bahia: terra de novas oportunidades Agroflorestais
Foto: Wilson Andrade – Economista, diretor executivo da ABAF, presidente do Conselho Superior da Associação Comercial da Bahia, diretor e conselheiro da FIEB e cônsul honorário da Finlândia.
A Paper Excellence, empresa internacional de celulose, revelou sua intenção de investir R$ 20 bilhões no Brasil. A construção de uma nova fábrica está sendo disputada por vários estados, pois essa iniciativa
representa uma grande oportuni- dade para a região selecionada, uma vez que a nova fábrica trará
investimentos expressivos. A criação de milhares de vagas de empregos diretos também trará impactos
positivos, impulsionando a renda e o crescimento socioeconômico da região escolhida.
Esses novos investimentos já vêm sendo contabilizados pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), que estima um aporte de R$ 60 bilhões no setor de árvores cultivadas para fins industriais nos três anos no Brasil. Tal fato torna-se ainda mais oportuno com a crescente demanda por madeira em todo o mundo.
As florestas plantadas para fins industriais são uma importante fonte de matéria-prima para cinco mil produtos e para diversos setores produtivos, como a indústria de mineração, construção civil, energia
de biomassa, movelaria, madeira serrada, papel, papelão, embalagens, celulose, tecidos, tintas, processamento de grãos etc.
Com o uso da técnica de mosaico florestal, as empresas de base florestal intercalam as áreas com
finalidade industrial com hectares destinados para a conservação. Isto auxilia na manutenção de um solo
fértil, no cuidado com a água e na preservação da biodiversidade.
O setor investe fortemente em inovação e tecnologia para desenvolver soluções alternativas ao uso de recursos fósseis e finitos, em prol de uma economia de baixo carbono. Assim, está alinhado com as
tendências de sustentabilidade e expectativas de demanda dos consumidores, cada vez mais atentos
ao Novo Mundo Verde.
Essa é uma das apostas, por exemplo, da Suzano, referência global no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras, de origem renovável. A empresa criou uma linha de produtos à base de
lignina para atender aos mercados de resinas, antioxidantes para borracha e termoplásticos. É também
associada à Spinnova, empresa finlandesa que desenvolve tecnologias ambientalmente sustentáveis para
a produção de tecido a partir de fibras de madeira.
Nesse panorama, é preciso que a Bahia também esteja preparada para a trair parte desses novos negócios.
A Bahia tem áreas degradadas disponíveis para novos plantios, produtividade de madeira recorde, condições edafoclimáticas favoráveis, além de interesse, inovação e alta
tecnologia das empresas.
De forma a estimular ainda mais a atração de novos negócios para a Bahia, a ABAF lançou a proposta
do Plano Bahia Florestal 2033, cujos principais objetivos são: adensamento e verticalização da cadeia
produtiva de madeira; atração de novos investimentos; dobrar a área plantada (dos atuais 700 mil para
1,4 milhão de hectares); intensificação do uso múltiplo da madeira;
pleno atendimento da demanda de madeira dos mais importantes segmentos da economia do Estado
(mineral, papel e celulose, construção civil, projetos de energia, processamento de grãos e fibras
etc.); descentralização da economia; maior inclusão dos pequenos e médios produtores e processadores
de madeira; incentivo de investimentos agroindustriais que podem se beneficiar das novas infraestruturas implantadas em torno da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), da Centro-Atlântica (FCA) e do novo Porto Sul.
Acreditamos que, entre as oportunidades que temos em nosso país, não existe outro setor, além do florestal, mais atento às novas possibilidades de crescimento, mais sintonizado e com condições de suprir as novas demandas da sociedade, bem como dos diversos segmentos da economia.
É importante continuar investindo, mantendo os princípios rígidos de produzir e preservar, como temos feito. E mais: é preciso, sempre, planejar e plantar para não faltar!