Sem quedas na gasolina e na energia elétrica, IPCA teria sido de 9,56%, diz IBGE
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 5,79% em 2022, acima da meta de inflação perseguida pelo Banco Central pelo segundo ano consecutivo. O resultado teria sido ainda maior, não fosse o corte de impostos sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações.
Sem as quedas de preços na gasolina e na energia elétrica, o IPCA teria sido de 9,56% em 2022, calculou André Almeida, analista do Sistema de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A estimativa expurga tanto a gasolina quanto a energia do cálculo da inflação, redistribuindo os pesos dos itens, “uma conta mais correta”, segundo Almeida.
“O ICMS é um dos fatores que influencia no comportamento dos preços desses bens e serviços, mas não é o único”, disse Almeida, embora reconheça que o corte de impostos tenha sido fundamental para a queda de preço desses itens em 2022. “Houve também reduções praticadas pela Petrobras no preço da gasolina nas refinarias”, acrescentou.
A gasolina recuou 25,78% em 2022, -1,70 ponto porcentual no IPCA. O etanol ficou 25,42% mais barato em 2022, -0,25 p.p. no IPCA; a energia elétrica caiu 19,01%, -0,96 p.p.; e o acesso à internet recuou 12,09%, -0,06 p.p..
Em 2022, os principais vilões foram os aumentos na alimentação, que subiu 11,64%, e nos gastos com saúde e cuidados pessoais, com alta de 11,43%. Juntos, os dois grupos responderam por cerca de 66% do IPCA do ano.
A alta dos alimentos em 2022 foi puxada pelo encarecimento principalmente da cebola, leite longa vida, batata inglesa e frutas, prejudicados por uma redução na área plantada, questões climáticas e aumento de custos de produção, segundo Almeida.
Fonte: CNN Brasil