Queda do desemprego ainda é reflexo da retomada pós-pandemia, dizem analistas
Foto: REUTERS/Amanda Perobelli
As sucessivas quedas registradas na taxa de desemprego —que, no trimestre encerrado em setembro, caiu a 8,7%, menor número desde junho de 2015—, ainda refletem um processo de retomada do mercado de trabalho após a pandemia, segundo especialistas consultados pelo CNN Brasil Business. O motor desse cenário vem sendo o setor de serviços, que mais sofreu com os efeitos da crise sanitária.
“Houve uma rápida retomada nos setores mais afetados pela pandemia. Por exemplo, teve um salto muito grande nas atividades de educação, já que as escolas voltaram e as atividades extracurriculares, que empregam bastante gente, também”, comenta Fernando Holanda Barbosa Filho, pesquisador sênior da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
“No ano passado, o país teve uma forte recuperação no Produto Interno Bruto (PIB), mas fraca no emprego. Era, digamos assim, uma ‘jobless recovery’ (recuperação sem emprego no inglês). Os setores que estavam aquecidos eram intensivos em produto, mas pouco intensivos em mão de obra. Esse ano aconteceu o oposto: setores intensivos em mão de obra, mas relativamente fracos em PIB, tiveram uma forte retomada. Isso explica, na minha visão, o aquecimento do mercado de trabalho, sobretudo no começo do ano.”
Os dados, aferidos pela Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), também mostram que o contingente de pessoas ocupadas cresceu 1% ao longo do trimestre, atingindo um novo recorde na série histórica, iniciada em 2012.
Agora, são 99,3 milhões de pessoas que trabalham ao menos uma hora completa durante a semana com remuneração, seja em dinheiro, benefícios, produtos ou regalias.
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