IPCA-15 desacelera a 0,13% em julho, menor variação mensal desde 2020, diz IBGE
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Considerado uma “prévia da inflação oficial”, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) desacelerou para 0,13% em julho na comparação com o mês de junho, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na última terça-feira (26). Trata-se da menor variação mensal desde junho de 2020.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 5,79% e, em 12 meses, de 11,39%, abaixo dos 12,04% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, disse o instituto. Em julho de 2021, a taxa foi de 0,72%.
Segundo o IBGE, houve variações positivas em seis dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados. O maior impacto individual veio do leite longa vida, que subiu 22,27%, influenciando a alta do grupo de alimentação e bebidas (1,16%). Já a maior variação veio do grupo Vestuário (1,39%), que acumula, no ano, alta de 11,01%.
No lado das quedas, o instituto destaca os grupos Transportes (-1,08%) e Habitação (-0,78%). No final de junho, foi sancionada a lei complementar que reduziu as alíquotas de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações. A lei federal foi posteriormente incorporada pelos estados, contribuindo para o recuo de preços observado nesses grupos. Na parte de energia, houve redução de ICMS em várias regiões.
A economista-chefe do Inter, Rafaela Vitória, destacou a queda nos preços dos combustíveis como um dos propulsores para a desaceleração do índice. “O principal impacto, como esperado, foi a redução nos combustíveis com queda de 5% da gasolina no período, tendência que deve se acentuar para o IPCA do mês, que esperamos que seja negativo em -0,6%”, disse.
A especialista pontuou ainda que a redução da difusão de 68,9% para 67,8% e a diminuição da média dos núcleos de 0,88% em junho para 0,7% em julho confirmam a tendência de redução da inflação nos próximos meses.
Para Tatiana Nogueira, economista da XP, o índice também desacelerou mais do que a projeção da instituição. “O IPCA-15 de julho ficou ligeiramente abaixo das expectativas do mercado e da nossa projeção de 0,16%”, afirmou.
“Fomos surpreendidos por uma deflação de energia acima do projetado, que provavelmente deve reduzir a projeção do IPCA de julho, mas aumentar o IPCA de agosto, já que o impacto total não muda”, declarou.
Para o economista do FGV/Ibre André Braz, o resultado de arrefecimento dos preços pode ser comemorado. “Os principais destaques, que foram as quedas de gasolina e energia, são despesas que comprometem 10% da renda familiar e, por isso, foram importantes para a redução da inflação”, disse.
O especialista ressalta, porém, que o índice para o grupo de alimentação está alto. “E isso mostra que as famílias mais humildes perceberam bastante o processo inflacionário”, disse.
Fonte: CNN Brasil