Governo vê impactos da guerra na Ucrânia e piora projeções para PIB e inflação em 2022

Governo vê impactos da guerra na Ucrânia e piora projeções para PIB e inflação em 2022

Foto: Bernardo Caram

Fonte: encr.pw/DqYOx

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia piorou na última quinta-feira (18) suas projeções oficiais para a atividade econômica e a inflação em 2022, já sob os primeiros impactos da guerra na Ucrânia, embora tenha seguido mais otimista que o mercado em relação ao crescimento da economia. Agora, a estimativa é de alta no Produto Interno Bruto (PIB) de 1,5% este ano, contra 2,1% na projeção feita em novembro do ano passado. Para 2023, a projeção foi mantida em 2,5%. A Reuters antecipou a redução da projeção do governo para o PIB deste ano na quarta-feira.

O centro da meta de inflação é de 3,50% neste ano e 3,25% no próximo, nos dois casos com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. Agentes de mercado preveem crescimento do PIB menor que o estimado pelo governo, de 0,49% este ano e de 1,43% para 2023. Já para a inflação, as expectativas são de alta de 6,45% e 3,70%, respectivamente, conforme pesquisa Focus mais recente.

Em relação ao cenário internacional, a SPE afirmou que projeções coletadas dos analistas de mercado indicam uma revisão negativa da atividade para as principais economias globais. A pasta ressaltou que a projeção maior de inflação decorre do aumento dos preços de commodities agrícolas e energéticas em meio às tensões no Leste Europeu. Embora tenha apresentado panorama mais negativo, a pasta afirma que o crescimento neste ano pode ser impulsionado por fatores como taxa elevada de poupança, recuperação do setor de serviços, melhora no mercado de trabalho e ampliação de investimentos.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem dito repetidamente que o país voltará a surpreender os analistas, com maiores investimentos privados e uma melhora no mercado de trabalho mitigando efeitos adversos da inflação elevada, mesmo em meio às incertezas globais geradas pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

Na quarta-feira, Guedes afirmou que o Brasil está preparado “para qualquer guerra” e que o governo pode contornar o teto de gastos se necessário.

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