Carlos Falcão – Ressignificando a Bahia
Foto: Acervo pessoal
Empresário com 30 anos de carreira, Carlos Falcão é o criador do Grupo Business Bahia, que reúne empresários dos mais diversos segmentos, com foco no desenvolvimento de novos negócios e no incentivo da economia baiana. Ele também é o responsável pela criação do selo “Made in Bahia”, que tem o objetivo de identificar itens genuinamente baianos, além de conscientizar o consumidor da importância de adquirir produtos e serviços feitos no estado. A iniciativa já conta com mais de 100 empresas baianas associadas a este movimento e, em junho de 2023, completou três anos de regulamentação por lei estadual. O Business Bahia também atua na divulgação de temáticas referentes aos interesses dos empresários em diversos canais, mantendo coluna no jornal e portal A Tarde, nos sites Let’s Go Bahia e Anota Bahia, entre outros
Como foi o início da sua trajetória como empresário?
O início foi há 30 anos quando criei a Winners Engenharia Financeira. Eu sempre digo que troquei o CPF pelo CNPJ. Eu construí uma carreira coorporativa muito rapidamente, era CFO (diretor financeiro) de uma construtora quando, em 1994, decidi montar minha empresa de elaboração de projetos e engenharia consultiva, atualmente com foco na área de Petróleo e Gás. Ao longo da nossa trajetória, sofremos alguns preconceitos por sermos uma empresa baiana. Vivemos isso na pele e foi então que, há cinco anos, surgiu a ideia de montar o Business Bahia. Nós somos uma comunidade empresarial transversal, temos membros dos principais segmentos econômicos e representamos o interesse desses gestores e empresários, fomentando novos negócios e parcerias entre as nossas diversas empresas.
Qual era o seu objetivo ao criar o Business Bahia?
Quando nós criamos o Business Bahia, à princípio, era um fórum voltado para debates focados na área financeira, mas vimos que existia espaço para agregar outras áreas também. Nosso objetivo é promover o desenvolvimento do nosso estado, incentivar a economia baiana e facilitar o diálogo institucional entre os gestores públicos e privados. Acreditamos na ideia de que juntos somos mais fortes, por isso nos baseamos no conceito do netweaving, que vai além da ideia de networking naquele sentido estritamente comercial e imediato. O netweaving propõe o interesse genuíno em ajudar uma pessoa, sem necessariamente esperar algo em troca. Mas sabemos que quando ajudamos o outro, também seremos ajudados de alguma forma no futuro.
Como o grupo funciona?
Nós somos um grupo exclusivo para empresários, profissionais liberais e C-levels de empresas baianas ou empresas que gerem renda em nosso estado. Para fazer parte é preciso ser indicado por um membro titular do grupo e entrar para a lista de espera. É fechado, ou seja, temos um número limitado de membros. Para cada pessoa que entra, alguém tem que sair. Por isso, a cada três meses é feita uma avaliação de participação para oxigenar o grupo e agregar novos nomes. Nenhum valor é pago pelos membros para fazer parte, por isso avaliamos o quão ativos e engajados nossos membros são. Nosso objetivo não é ter nenhum tipo de vantagem econômica, fazemos por propósito. Por isso, quando recebemos algum patrocínio, ele é revertido para instituições filantrópicas. Hoje temos apoio de muitos veículos que ajudam na divulgação e visibilidade das nossas ações e nenhum nos cobra nada porque também acreditam no nosso propósito.
De onde veio a inspiração para criar o selo Made in Bahia?
Surgiu na pandemia, em 2020, por uma provocação de Dênio Cidreira, presidente da Arena Fonte Nova. Então nós lançamos o Made in Bahia, a mais bem sucedida campanha da história recente na Bahia de valorização da nossa baianidade empresarial, e criamos o selo para despertar no empresário e no consumidor baiano o interesse em adquirir esses produtos fabricados no nosso estado. Ao consumir você gera renda, emprego e imposto na Bahia. Isso é fundamental para a economia baiana e acaba se refletindo também no PIB estadual, na educação, em diversas áreas. O objetivo do selo não é proporcionar vantagem econômica, ele é informativo. O foco é trazer o debate e despertar o interesse das pessoas para optarem pelos itens produzidos no nosso estado.
Nesse tempo, desde a criação do selo, quais resultados você já enxerga?
São muitos. Diversos produtos já levam nosso selo, desde batata-frita até ambulâncias. Isso acontece de forma orgânica. A pessoa entra no nosso site, www.businessbahia.org preenche uma identificação e baixa o selo para utilizar em seus produtos. A iniciativa deu certo a ponto de virar lei na Assembleia Legislativa e, este ano, o Governo do Estado lançou uma campanha publicitária usando o selo. Isso nos dá muito orgulho.
O que mais te marcou até o momento? Tem algum momento ou história de impacto que gostaria de compartilhar?
Em vários momentos. Por exemplo, nós conseguimos aprovar duas propostas que resultaram em alterações na legislação municipal. Ver a campanha Made in Bahia em destaque nos eventos esportivos e shows na Arena Fonte Nova foi marcante. O reconhecimento do Selo pela Assembleia Legislativa foi muito importante, assim como a campanha do Governo do Estado. Outro momento de destaque foi a campanha de arrecadação que fizemos para o Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC) e para o Instituto de Cegos da Bahia, que teve excelente repercussão.
Quais são suas metas daqui para frente?
Nosso sonho atualmente é atingir outros polos econômicos do estado, assim conseguiríamos interiorizar os conceitos que pregamos, especialmente a divulgação e utilização do Selo Made in Bahia. Vamos avançando aos poucos, mas sem essa interiorização, nossa atuação fica limitada a Salvador e Região Metropolitana. Ter presença em toda a Bahia é o que a gente pretende deixar como legado.
Fonte: Central do Conhcimento